quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Algo a mudar em 2014

RENATO EPIFÂNIO

A consciência dos povos também se formata por agendas mediáticas e, não obstante a pulverização dos meios (sobretudo na internet), a televisão continua a ser o meio por excelência. Por isso, continuo a defender um Serviço Público de Televisão, que saiba difundir a visão que mais tenha a ver com os interesses estratégicos de Portugal. 

Hoje, isso está ainda muito longe de acontecer. Apenas um exemplo: a atenção que a RTP (Rádio Televisão Portuguesa) dedica, em geral, ao espaço lusófono. Em comparação com o acompanhamento que dedica a outros espaços geopolíticos, a única conclusão possível é que para a RTP o espaço lusófono continua a ser algo de residual. 

Dos outros canais nem vale a pena falar, pois ainda conseguem ser piores. Quando há alguma notícia é, em regra, pelas piores razões, como se tudo o que acontece no espaço lusófono fosse, por definição, mau. As boas notícias (quase) nunca aparecem nos grandes noticiários - antes são remetidas para guetos televisivos. Tudo o mais parece servir apenas para perpetuar os lugares-comuns de sempre: o Brasil é o país do samba e do futebol, a África é um continente perdido, etc. 

É bem verdade que o mau exemplo vem de cima. Alguém me sabe explicar, por exemplo, porque todos os nossos líderes políticos aparecem sempre com as bandeiras de Portugal e da União Europeia (para além da bandeira partidária) e nunca também com a bandeira da CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa? Bastaria esse pequeno gesto simbólico para que a Lusofonia tivesse um peso maior no nosso espaço mediático. 

No muito a mudar em 2014, que algo mude nesta área. Um excelso Ano Novo!

1 comentário:

  1. Tem toda a razão ,nem se quer conheço a bandeira da CPLP :Tanta coisa que devíamos saber,dos países Lusófonos mas nada ,é melhor estarem os canais todos a falar sobre futebol, antes e depois de cada jogo Irrita ,Cultura para quê '''????

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