terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Um pescador de almas em S.Pedro

DIOGO NUNES POCARIÇO

No dia 21 de Dezembro de 1926, nascia na paróquia da Campanhã, no Porto, o Padre António David Lencastre de Ribeiro e Silva, filho de David Ribeiro da Silva e de Maria da Glória de Queiróz Lencastre Ribeiro da Silva. Em 1947, entrou para a ordem religiosa beneditina, iniciando os seus estudos eclesiásticos no Seminário de Singeverga, onde esteve até pouco depois da sua ordenação presbiteral. Daqui transita para o Colégio de Lamego. Foi ordenado presbítero na diocese do Porto, no dia 19 de Julho de 1953, pelas mãos de D. António Ferreira Gomes, o bispo que “bateu o pé” a Salazar. Em Outubro de 1962 desempenha a função de Coadjutor na igreja da Graça, em Lisboa, permanecendo aqui até 1970. Neste mesmo ano é nomeado pároco da freguesia de São Pedro de Penaferrim. Homem de notável cultura foi professor de religião no Conselho Presbiteral de Sintra e um grande defensor do património. Não é de estranhar que o seu nome esteja gravado numa lápide no Museu de S. Miguel de Odrinhas. Em Novembro de 1970 assume a missão de capelão dos reclusos da Colónia Penal de Sintra. A população reclusa da Colónia sempre lhe cativou de maneira especial, tentando semear e cultivar valores sociais e cristãos, oferecendo sempre a sua palavra amiga. Os mais desprotegidos foram sempre para ele, motivo de grande preocupação. Conseguiu como seu último desejo, o acontecimento solene e histórico da visita da imagem peregrina à Colónia Penal. Já no final da sua vida, atingido pela doença de Parkinson, nunca deixou de celebrar missa na capela da prisão, juntando o seu sofrimento ao do Senhor, como ele dizia. No escritório da sacristia da igreja de S. Pedro passava os seus dias a escrever e a rezar, seguindo a máxima dos beneditinos, Ora et Labora (reza e trabalha). No dia 31 de Janeiro de 2005, falecia em Cascais o Padre Lencastre.

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