domingo, 27 de abril de 2014

Despejados de nós

JOÃO AFONSO AGUIAR














Despejados de nós,

ardentemente tudo ambicionamos:

Fortuna, fama, ser amados,

Deuses dos próprios fados…

Mas em tudo nada vemos.



Somos seres pendentes

no vazio de nada saber;

Se perdida a beleza de ser

e de criar formas elegantes;

Somos tempo sem passagem

uma liberdade sem voz…

Ó despejados de nós!

Ficará o reflexo de apenas ter.



Somente a harmonia,

de ser feliz existindo

na natureza com poesia

nos oferta um indício sério:

da vida ser um mistério

desvendado quando vivido.





João P. Afonso Aguiar

Sintra, 29 de Março de 2014


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