quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Serra de Sintra

ANTÓNIO LUÍS LOPES









Serra de Sintra
Aqui terra e mar num só se fundem,
e rasgam-lhe as entranhas maravilhosos caminhos
por onde os súbditos de Agharta vêm espreitar-nos,
a nós, miseráveis pedras semeadas ao vento,
outras noventa e nove portas pelo Mundo
espalhadas, nenhuma delas de semelhante força
telúrica, nenhuma outra onde a neblina e a maresia
e a dança invisível das almas ecoe no Atlântico,
perdido o Paraíso, estilhaçou-se o mapa para regressar
a casa,  logrará encontrá-lo quem souber ler nos carvalhos e
pinheiros mansos, na língua das salamandras,
no voo do falcão peregrino,
da Lua o monte, sagrado, imenso, rasgado
nos sonhos dos deuses e nas histórias dos amores
secretos, dos poetas, dos oráculos, irmão de Al-Ribat
e de Montejunto, serra, sonho, cosmos.

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